sábado, 19 de dezembro de 2009

Teatro Romano em Lisboa

Lisboa continua  cheia de surpresas. Desta vez em plena rua da Saudade, encontrei um museu em que se recuperava um antigo teatro romano, com várias galerias, com capacidade para 4 mil pessoas...


Fui investigar na internet sobre o assunto e encontrei um site com textos, sobre a história e o achado. Deixo aqui alguns excertos:

O Teatro romano foi descoberto em 1798, na fase de reconstrução da cidade após o terramoto de 1755. Tradicionalmente deve-se ao Arqtº Francisco Xavier Fabri a sua descoberta. Apesar dos seus esforços, novos edifícios foram construídos sobre as ruínas, tendo progressivamente sido esquecida a memória de ali ter existido um teatro romano.
As primeiras campanhas de escavação arqueológica iniciaram-se em 1964, com D. Fernando de Almeida e foram continuadas, entre 1965 e 1967 e por iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, pela investigadora Irisalva Moita, então conservadora dos museus municipais.
Para o efeito, foram demolidos vários dos edifícios que se sobrepunham ao monumento.

Os trabalhos coincidiram com a parte principal do espaço cénico: a orchaestra, o hyposcaenium e primeiros degraus da cavea. Na ocasião foram recuperados inúmeros elementos arquitectónicos, alguns dos quais hoje em exposição no Museu do Teatro Romano.


O Teatro romano da cidade de Olisipo foi edificado nos inícios do séc. I, na época do Imperador Augusto. Apesar de não existir qualquer inscrição que nos confirme esta cronologia, existem indícios suficientes para que seja considerada segura.

Em contrapartida, encontra-se epigraficamente documentada a remodelação do teatro ocorrida em 57 d.C., comprovada pela inscrição do muro do proscaenium que refere as obras de renovação dessa mesma estrutura, bem como da orchaestra, custeadas pelo seviro augustal Caius Heius Primus. Este tipo de financiamento de obras públicas, que é antes de mais um acto de propaganda para quem as custeia, integra-se nas correntes evergéticas habituais por todo o Império, tendo em Olisipo atingido o auge na época julio-cláudia.

ABANDONO

A partir do séc. IV o teatro de Olisipo foi abandonado, não como resultado de qualquer destruição repentina ou cataclismo, mas antes por já ter cumprido a sua função. Terão sido as mudanças de gostos e de atitudes que levaram a que estes espaços fossem lentamente abandonados. Neste período, a construção de outros edifícios públicos de carácter lúdico na cidade de Olisipo, como é exemplo o circo (séc. III/IV) edificado na actual Praça D. Pedro IV (Rossio), significa antes de mais, que a população passou a preferir divertimentos de cariz mais imediato, mais emotivos e audaciosos.
Após o abandono, o espaço do teatro foi sendo compartimentado e aproveitado para servir de habitação a uma população empobrecida, resultado das dificuldades económicas e da instabilidade social que caracterizaram a época tardo romana.

A ESCOLHA DO SÍTIO
O local para a implantação do Teatro romano foi estratégica e intencionalmente escolhido. Situado a meio da encosta da actual colina do Castelo de S. Jorge, a magnífica paisagem de que desfruta constituiu, certamente, um dos factores a determinar a sua localização.


O teatro no seu auge


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